a vida adulta da palavra

passei dez anos escrevendo quase que semanalmente num blog de crônicas - que sumiu porque eu esqueci de pagar o domínio do site. só que meus textos não morreram, se misturaram em mim, criaram novos caminhos internos, orgãos, tripas e hoje eu sou fundado nas palavras que eu pus pra fora um dia. comecei engatinhando, minhas primeiras crônicas eram ruins, universitárias, tolas. mas ainda há uma admiração na versão creche da minha escrita, que sempre teve muita coragem de criar novas associações, inaugurar lojas divertidas em algum lugar invisível por aí, já que ainda não é possível abrir farmácias nesses espaços vazios. todo dia eu quero ser um pouco o que eu fui e o que eu ainda não sou, não sei se tem nome pra isso. curiosamente os caminhos que eu escolhi me separaram da escrita mas hoje me trouxeram de volta a ela. escrevo roteiros de humor pra atuar no meu instagram e também roteiros pro porta dos fundos. por isso entendi isso tudo como um chamado pra voltar a tecer crônicas também, como forma de impedir que eu mesmo abra uma farmácia por tédio - ou por medo de fracassar.

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